quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Política de extermínio (Mauro Braga e Redação)
O "compromisso" com a política do extermínio, com as ações de enfrentamento que já vitimaram milhares de inocentes nas últimas décadas, marcou sucessivos governos. Se, em tempos de ditadura, a varredura caminhava na direção aos que se opunham ao regime, hoje, afeta principalmente as classes mais pobres e que estão rendidas no interior das favelas dominadas pela bandidagem.
O custo humano é elevadíssmo e sem justificativas. As conseqüências se refletem em chacinas, massacres e tragédias. Por aqui, qualquer blitz deixa no ar a incerteza do que virá, presos pobres são seviciados em delegacias e até mesmo defensores dos direitos humanos sofrem ameaças e ataques. Enquanto isso, quem desrespeita continua a gozar de impunidade.
Em termos de Brasil, até que aconteceram alguns avanços, a exemplo da criação da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e a tipificação na lei da tortura como crime hediondo. Ainda assim, uma grande distância entre as estruturas constitucionais de defesa dos direitos humanos e os constantes abusos se faz presente. Que não sejam necessárias mais algumas décadas para que mudanças positivas atendam às expectativas da sociedade.
Parcerias
Ao ser anunciado pelo novo prefeito do Rio, Eduado Paes (PMDB), para ocupar a Secretaria da Pessoa com Deficiência, o vereador reeleito Márcio Pacheco (PSC) afirmou que a parceria será a principal ferramenta do seu trabalho. Prometeu interagir com a Secretaria de Obras para tratar da acessibilidade, trabalhar com a Secretaria de Transportes na questão da mobilidade e com discutir com a Secretaria de Educação a educação inclusiva.
Direitos
"As normas já existem. Os decretos estão aí. Temos armas e há vontade política para fazer valer os direitos destes cidadãos", disse o futuro secretário que, há quatro anos, na Câmara de Vereadores, é presidente da Comissão Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Prioridade
Outro integrante da nova gestão municipal será o administrador de empresas Augusto Ribeiro, que ficará à frente da Secretaria de Trabalho. Ele adiantou que entre as prioridades da pasta estará o projeto Juventude Cidadã, do Pro-jovem Trabalhador.
Vagas
"Nossa meta é abrir 10 mil vagas em cursos de qualificação profissional para jovens entre 18 e 29 anos, que receberão bolsas de R$100 por mês durante seis meses", disse. A expectativa é de inserir, pelo menos, 30% destes jovens no mercado de trabalho.
Denúncias
Os funcionários da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) apresentaram, esta semana, em audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), denúncias que o presidente da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Casa, deputado Paulo Ramos (PDT), pretende encaminhar ao Ministério Público.
Ameaças
Entre as preocupações dos fazendários estão o não pagamento de gratificações, a falta de um plano de férias adequado, a necessidade de novos concursos públicos e as ameaças constantes a funcionários do Posto de Controle de Mato Verde, na rodovia federal BR-101 Norte, no município de Campos dos Goytacazes, próximo à divisa com o Estado do Espírito Santo.
Investigações
"Essas denúncias são muito sérias. Temos assuntos de polícia que devem ser investigados. Vamos analisar todo o documento e encaminhar ao Ministério Público, ao Ministério do Trabalho, à Polícia Federal, ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, e aos demais órgãos interessados. Vamos cobrar mais uma vez do secretário de Fazenda, Joaquim Levy, explicações para esses problemas", afirmou o pedetista.
"Long line"
O deputado federal Fernando Gabeira (PV) voltou de Fernando de Noronha impressionado com o que ouviu por lá. Navios japoneses e coreanos estariam pescando na costa nordestina com o que chamam de "long line", linhas que chegam a quilômetros de alcance e arrastam todos os peixes que podem. Em seguida, os navios trituram o pescado nos seus próprios porões e vendem o produto para rações de gato.
Ilegal
"Tudo isto é feito ilegalmente, sem controle nacional. Atuns especiais que alcançam milhares de dólares são comprados online, desde Tóquio", afirmou o parlamentar. O controle, pelo que foi dito, é precário. A corveta da Marinha não teria velocidade para perseguir navios desse tipo e as patrulhas aéreas ficaram escassas. O verde disse que tentará mobilizar deputados e senadores para a questão.
Intolerância
O síndico de um prédio, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, responderá por intolerância religiosa, conforme o artigo 20 da Lei Caó. Ele é acusado pelos moradores de retirar a imagem da padroeira do prédio, entronizada no hall há 11 anos, e colocá-la na lixeira, alegando que para ele "a santa e um poste são a mesma coisa".
Doada
A imagem de Nossa Senhora foi doada ao condomínio e fazia parte dos bens comuns do prédio. O síndico não pediu autorização para retirar a imagem e não atendeu os inúmeros apelos dos moradores para que a santa voltasse para o lugar. O registro foi efetuado na delegacia do bairro, quando a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa assumiu o caso.
Frase do dia
"Eu não gosto de oba-oba e desse negócio de 'protestinho'. Chama o Rio de Paz para vir trabalhar aqui. Gosto de gente que arregaça as mangas e trabalha". (Do governador do Rio, Sérgio Cabral, ao comentar, durante visita ao Morro Dona Marta, o protesto da ONG Rio de Paz contra as mortes violentas na cidade)
(Tribuna da Imprensa)
sábado, 6 de setembro de 2008
Pesquisa mostra que Crivella perdeu a ponta
Pesquisa divulgada ontem pelo IBPS (Instituto Brasileiro de Pesquisa Social) mostra que o candidato do PRB à prefeitura do Rio, senador Marcelo Crivella, perdeu a liderança das intenções de voto. Dos entrevistados, 25% responderam que votariam em Eduardo Paes (PMDB). Em segundo lugar, com 19% aparece Crivella. Na última pesquisa de agosto, Crivella ainda aparecia como líder e Paes em segundo.
Em terceiro, na pesquisa divulgada ontem, está Jandira Feghali (PC do B), com 12% das preferências. Em quarto, o deputado Fernando Gabeira (PPS-PSDB-PV), com 8%, seguido de Solange Amaral (DEM), com 5%, de Alessandro Molon (PT), com 4%, e de Chico Alencar (PSOL), com 4%. O deputado Paulo Ramos (PDT) tem 1%.
Os candidatos Filipe Pereira (PSC), Antonio Carlos (PCO), Eduardo Serra (PCB) e Vinícius Cordeiro (PTdoB) não atingiram individualmente 1% das citações. Votos nulos e brancos somaram 9% e 12% não souberam ou não quiseram responder.
Voto espontâneo
Quarenta e nove por cento dos entrevistados disseram que ainda não têm candidato a prefeito para as próximas eleições. Entre os prefeitáveis citados aparecem: Eduardo Paes (15%), Crivella (10%), Jandira (7%), Gabeira (5%), Chico Alencar (2%), Solange Amaral 3%, Alessandro Molon 2% , Paulo Ramos (1%) .
Rejeição
Em primeiro lugar no quesito rejeição, encontra-se o candidato Marcelo Crivella, com 32%, seguido de Solange Amaral, com 15%, Fernando Gabeira, com 11% ,de Jandira Feghali, com 8% Alessandro Molon com 7%, Eduardo Paes (6%) Chico Alencar (4%), Paulo Ramos (4%), e Felipe Pereira 4% . Para 17% nenhum dos candidatos em especial deve ser rejeitado.
Cenários de 2º turno
Confronto direto entre Marcelo Crivella e Jandira Feghali. Jandira teria 46% dos votos contra 32% de Crivella com 13% de votos nulos, 1% de votos em branco, 8% responderam não saber ou não quiseram responder a essa questão.
Confronto direto entre Marcelo Crivella e Fernando Gabeira. Crivella teria 39% dos votos contra 36% de Gabeira, com 14% de votos nulos, 1% de votos em branco, 10% responderam não saber ou não quiseram responder a essa questão.
Confronto direto Marcelo Crivella e Eduardo Paes. Eduardo Paes teria 53% dos votos contra 28% de Crivella, com 10% de votos nulos, 1% de votos em branco, 8% responderam não saber ou não quiseram responder a essa questão.
Confronto direto Eduardo Paes e Jandira Feghali. Eduardo Paes teria 47% dos votos contra 34% de Jandira, com 9% de votos nulos, 1% de votos em branco, 9% responderam não saber ou não quiseram responder a essa questão.
De acordo com o IBPS, a pesquisa, que tem margem de erro de 3%, foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE)De acordo com o IBPS, a pesquisa, que tem margem de erro de 3%, foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Reduzir as desigualdades na cidade do Rio é a bandeira da campanha de Chico Alencar
Rio de Janeiro - O candidato da coligação Frente Socialista (P-SOL-PSTU) à prefeitura do Rio de Janeiro, Chico Alencar, disse que terá como bandeira, em sua campanha, as políticas públicas que tenham o objetivo de diminuir as desigualdades na cidade. Além disso, ele ressalta que sua gestão será transparente e contará com a participação da população. Alencar pretende reduzir os cargos de confiança ao mínimo necessário, para aproveitar os servidores de carreira nos cargos de direção.
Na série de entrevistas, que a Agência Brasil vem publicando com candidatos às prefeituras das principais capitais do país, serão ainda publicadas, na série dedicada à capital do Rio de Janeiro, entrevistas com os seguintes candidatos: amanhã (6), Eduardo Paes (PMDB); domingo (7), Eduardo Serra (PCB); segunda-feira (8), Fernando Gabeira (PV); terça-feira (9), Filipe Pereira (PSC); quarta-feira (10), Jandira Feghali (PCdoB); quinta-feira (11), Marcelo Crivella (PRB); sexta-feira (12), Paulo Ramos (PDT); sábado (13), Solange Amaral (DEM); e domingo (14), Vinícius Cordeiro (PTdoB), encerrando a série de entrevistas do Rio.
Em relação à saúde, sua primeira providência como prefeito será fazer uma auditoria nas contas do Sistema Único de Saúde (SUS) do município. Chico Alencar pretende ampliar o Programa Saúde da Família e as Unidades de Pronto Atendimento 24 horas (UPAs), além de manter os postos de saúde abertos 24 horas por dia, a começar pelas áreas mais pobres. Está em seus planos ainda a abertura de concurso público para contratação urgente de pessoal especializado. Sua intenção é focar na saúde preventiva, inclusive para prevenir uma nova epidemia de dengue.
"Nós temos que agir desde já. Não podemos deixar acontecer, como no verão deste ano. Para isso é necessário o diagnóstico correto e o pronto atendimento aos cidadãos. Dessa forma, podemos evitar mortes como as ocorridas. Não pode haver lentidão dos governos - União, estado, prefeitura - na liberação de recursos para ações imediatas de controle e prevenção", cobrou Alencar.
Ele disse que se destaca dos demais candidatos por sua ligação com os movimentos sociais da cidade e sua independência política. "O que vai estar na mesa, no meu diálogo com o governador do estado e com a Presidência da República, será sempre o interesse público. Não precisa ser amigo nem correligionário do governador ou do presidente para que isso aconteça. Afinal, estamos em uma República. E é assim que as instâncias da administração republicana devem agir: com impessoalidade, publicidade e legalidade", acrescentou .
O candidato do P-SOL quer que os 25% do orçamento, que devem ser obrigatoriamente investidos em educação, sejam destinados à expansão de creches, formação continuada e valorização dos profissionais da área, por meio de plano de carreira unificado. Chico Alencar também pretende abrir concursos para os profissionais dessa área, além de convocar os já aprovados. Ele quer ainda reduzir o número de alunos por sala e implementar eleição direta para diretores e conselhos dos colégios. Alencar criticou a aprovação automática adotada pelo atual governo, que, segundo ele, tem "objetivos estatísticos".
Em relação aos transportes, Chico Alencar disse que vai dar prioridade aos coletivos. O candidato vai propor a licitação de todas as linhas de ônibus, ampliação das linhas do metrô e incentivo ao transporte aquaviário. Ele planeja instituir um sistema de integração tarifária e intermodal, a partir de diagnóstico de técnicos. Chico Alencar afirmou que vai não apenas regularizar o transporte alternativo, como integrá-lo às demais formas de transporte.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
PDT sepulta aliança com PCdoB
O PDT do Rio aprovou ontem à noite a candidatura própria para a disputa a Prefeitura do Rio. Na convenção que terminou por volta das 22h, o deputado estadual Paulo Ramos confirmou a previsão dos militantes e teve 277 dos 400 votos em favor de seu nome.
A indicação aumenta, no Rio, o número de candidatos a prefeito da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de apresentar baixo desempenho nas pesquisas, Ramos conseguiu reunir a maior parte do partido em torno de sua candidatura, defendida por líderes como a deputada estadual Cidinha Campos e apoiada pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Confirmada a decisão com a apuração das urnas, fica sepultada uma possível aliança com o PC do B da ex-deputada Jandira Feghali, que havia oferecido a vaga de vice ao partido. Cotado para ser vice de Jandira, o deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ), que é presidente do Diretório Municipal, defendeu a coligação e chegou a conversar também com PT, PMDB e PRB, mas foi derrotado.
O deputado estadual Alessandro Molon (PT) também guardava a vaga de vice para uma composição com o PDT. Agora, Molon e Jandira voltam-se para o PSB, cuja convenção se realiza amanhã. Além da candidatura do ex-presidente do BNDES Carlos Lessa, o partido tem como alternativa a uma coligação com PDT e PT integrar a aliança em torno de Eduardo Paes (PMDB), candidato do governador Sérgio Cabral.
O presidente regional do PSB, Alexandre Cardoso, é secretário de Ciência e Tecnologia do governo de Cabral. Depois de ter sacramentado a aliança com o PP do senador Francisco Dornelles, Paes recebeu quarta-feira o apoio do PTB. Ele foi recebido na sede da legenda pela vereadora Cristiane Brasil, filha do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB.
Além de dividir o prestígio do presidente Lula com o PMDB de Paes e o PRB de Marcelo Crivella, os partidos de esquerda da base do governo terão ainda que disputar o eleitorado com Fernando Gabeira (PV) e Chico Alencar (PSOL), que atuam no mesmo segmento.
(Da Tribuna da Imprensa)
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Garcia chama Maia de irresponsável e manda prefeito "cuidar de seus mosquitos"
02/04/2008 - 16h03
"Cesar Maia que cuide dos mosquitos dele. E não me obrigue a falar dele como meu aluno na faculdade de economia no Chile", disse Garcia numa referência à epidemia de dengue.
Questionado se a declaração de Maia era irresponsável, Garcia respondeu: "Ele é irresponsável em tudo". "O que ele tem de fazer é governar o Rio."
Garcia negou que tenha estado num acampamento das Farc. "Não estive em acampamento nem em escritório das Farc. Se estivesse, não teria problema em dizer porque estaria em missão especial. Eu não tenho missões extraoficiais. Não tenho vida clandestina."
Fonte: Uol
segunda-feira, 31 de março de 2008
Rio de Janeiro: Epidemia de dengue, retrato da irresponsabilidade (Tribuna da Imprensa)
O Rio se vê assolado por mais uma epidemia de dengue. Já foram dezenas de registros fatais, grande parte de crianças, além das milhares de pessoas infectadas. Os hospitais públicos, além de todos os problemas estruturais e carências diversas que, há anos, desenham seus perfis, se encontram superlotados por causa da doença e sem condições de atender toda a demanda. Durante semanas, a população atingida pelo perigo da dengue assistiu à longa briga entre os governos municipal, estadual e federal que procuravam empurrar entre si as responsabilidades pela situação. Segundo o ex-chefe do serviço de emergência do Hospital Municipal Miguel Couto, na Zona Sul, coronel médico do Corpo de Bombeiros e atualmente vereador e presidente da Comissão de Higiene, Saúde Pública e Bem-Estar Social da Câmara de Vereadores, Carlos Eduardo de Mattos (PSB), é necessário parar a discussão e unir forças para a reversão do quadro. "Temos que somar esforços e parar com esse lero-lero de um acusar o outro, porque todos são culpados. Uns mais, outros menos. Não posso deixar de ressaltar que a Prefeitura é a gestora plena do Sistema Único de Saúde (SUS). Cabe a ela o combate a vetores e às endemias. Certamente ela não fez o seu dever de casa", afirma. O episódio pelo qual o Rio atravessa é mais um que retrata a falta de comprometimento e responsabilidade das autoridades governamentais. Enquanto o prefeito do Rio, Cesar Maia, aplica milhões de reais na Cidade da Música, na Zona Oeste, raríssimos são os postos de saúde abertos 24h. Isso em plena epidemia. "É lamentável que se gaste tanto dinheiro em coisas que poderiam esperar, enquanto temos uma necessidade premente, que é a saúde pública. Nós somos os campeões de tuberculose, de mortalidade por enfarte, de mortalidade materna, e agora campeões da dengue. E o prefeito se gaba de ter R$ 1,5 bilhão guardado, enquanto a população sofre as conseqüências do mau uso dos recursos", protesta o vereador. TRIBUNA DA IMPRENSA - As autoridades governamentais tentam se eximir de suas responsabilidades, enquanto, em pleno século XXI, dezenas de pessoas ainda morrem da doença por falta de atendimento adequado e políticas públicas preventivas. Como o senhor analisa tal situação? CARLOS EDUARDO - A dengue no Rio é a expressão microbiológica do desgoverno que reina na saúde pública, atualmente. A população não quer saber de quem é a responsabilidade. Se é municipal, estadual ou se é da União. Ela quer soluções. O combate à dengue deve ser feito com o bom uso da verba pública, que é "carimbada" para a aplicação em medidas contra a doença. Nós temos que otimizar tais recursos e realizar um planejamento de uso. Dengue se combate diariamente, de porta em porta, de casa em casa. Um mosquito, depois que eclode, dá conta de dois quarteirões e pode infectar mais de cem pessoas durante sua vida útil. O inseto alado é de difícil controle, por isso a necessidade de se atuar durante a fase larvar do inseto, o que só é possível com agentes comunitários de saúde e agentes de endemia explicando e levando informações às comunidades, verificando e coibindo os focos. Mas o governo municipal tem deixado a desejar, já que abriu somente um concurso público na área. Hoje, o déficit de agentes é enorme. Tanto é que o Corpo de Bombeiros está sendo chamado para auxiliar nesse sentido. É também necessário intensificar as campanhas educacionais. Nós só as vemos na época de epidemias, o que não é eficaz. A porta já está arrombada, não adianta colocar cadeado. A taxa de infestação, aqui, é seis vezes maior do que a Organização Mundial de Saúde (OMS) aceita, que é de 1%. No Rio é de 6,3%. Alguns bairros chegam a ter 17 vezes mais esse nível de alerta, como é o caso do Méier (Zona Norte) e da Baixada de Jacarepaguá (Zona Oeste). A Câmara de Vereadores tem duas funções, legislar e fiscalizar. O vereador é um fiscal do orçamento, e dessa forma levantamos algumas irregularidades já acusadas pelo próprio Tribunal de Contas do Município (TCM), no ano de 2006. Entraremos com uma denúncia, no início da semana, no Ministério Público, tanto no âmbito estadual quanto no federal, solicitando abertura de inquérito civil público sobre o desvio de finalidade da verba pública federal, e que foi passada mês a mês para o combate à doença no referido período. Eram cerca de R$ 12 milhões e, segundo os estudos que realizamos, metade da verba foi destinada para o aluguel de ambulâncias e limpeza de hospitais, quando deveria ter sido usada exclusivamente no investimento e no custeio contra a dengue. Volto a repetir, a porta já está arrombada. Temos que intensificar as campanhas, levar educação às comunidades, não deixar as equipes de hospitais desfalcadas. Existem hospitais de emergência, como é o caso do Hospital Miguel Couto, que no domingo fica um clínico geral de plantão. E ele é ao mesmo tempo clínico e chefe de equipe. As unidades hospitalares estão absolutamente desaparelhadas, sem recursos humanos, e entregues à própria sorte. E em um momento de epidemia, acredito que recomendável seria que o secretário municipal de Saúde fosse visitar os hospitais que ele administra, estivesse presente, que fosse o "general" da batalha enfrentada pela população e os profissionais de saúde. As armas que nós temos para combater o mosquito da dengue devem ser utilizadas com o esforço de cada um, a começar pela própria Secretaria municipal de Saúde. Não podemos deixar hospitais sem médicos, enfermeiros, remédios ou aparelhos. Não podemos deixar também a população desinformada. A informação é tudo nessa hora. Não adianta esconder a sujeira embaixo do tapete. O cidadão carioca tem que saber o inimigo que está enfrentando. Cabe aos gestores informar, divulgar números, a doença, como se prevenir e onde se deve procurar auxílio médico. Não é admissível que uma criança, hoje, saia de uma unidade localizada em uma comunidade pobre, porque o posto de saúde fecha às 17h, e seja obrigada a buscar auxílio dezenas de quilômetros de distância. Raríssimos são os postos municipais que funcionam 24h. Temos que somar esforços e parar com esse lero-lero de um acusar o outro, porque todos são culpados. Uns mais, outros menos. Não posso deixar de ressaltar que a Prefeitura é a gestora plena do Sistema Único de Saúde (SUS). Cabe a ela o combate a vetores e às endemias. Certamente ela não fez o seu dever de casa. Concordo em gênero, número e grau com o que o professor Migovski apontou. O número de subnotificações é muito maior do que os que chegam a ser registrados, certamente e sem medo de errar. A quantidade de doentes, hoje, é bem maior do que está sendo divulgado, assim como o número de mortos. Existem dificuldades no atendimento, nas notificações e na própria identificação da doença. Acusar a população é um deboche, uma piada. Acusar o clima é muito pior, pois existem municípios que têm condições climáticas bem parecidas com as do Rio e nos quais não está ocorrendo epidemia de dengue. Lembro ainda que o mosquito foi erradicado duas vezes, no século passado. Eu responsabilizo a má gestão governamental. É imperdoável deixar o programa de cobertura Saúde da Família não alcançar 5% do território. Não investir em agentes de endemia, no mínimo, é falta de respeito com as comunidades mais carentes. Você esquecer os postos de saúde, não aparelhá-los, não aumentar o seu horário de funcionamento é lastimável. Na Inglaterra, a saúde básica é tão importante que o inglês controla o êxodo dentro do país através do posto de saúde. Se uma família se muda de um bairro para outro é obrigada a se cadastrar no posto de saúde que corresponda a sua nova residência. O ordenador de despesas é a Prefeitura, nós somos fiscais e podemos denunciar. O papel do vereador é fiscalizar o orçamento. Enquanto a Cidade da Música é representativa de gastos milionários, um posto de saúde para se manter aberto 24h sairia ao poder público mais R$ 100 mil do que ele gasta atualmente. Basta fazer as contas. Quantos postos e por quantos anos eles poderiam atender a população diariamente sem fechar com todo o investimento aplicado na Cidade da Música? Poderíamos cobrir grande parte das demandas dos bolsões de pobreza e das áreas carentes que precisam de assistência médica. Saúde é um dever do Estado e um direito do cidadão, está na Constituição. Mas não vemos o dever ser cumprido, muito menos o direito ser respeitado. É lamentável que se gaste tanto dinheiro em coisas que poderiam esperar, enquanto temos uma necessidade premente, que é a saúde pública. Nós somos os campeões de tuberculose, de mortalidade por enfarte, de mortalidade materna e, agora, campeões da dengue. E o prefeito se gaba de ter R$ 1,5 bilhão guardado, enquanto a população sofre as conseqüências do mau uso dos recursos. Nós temos carências em várias especialidades, com déficits de médicos ortopedistas, clínicos gerais e, principalmente, déficits de médicos neurocirurgiões e pediatras. O acesso aos últimos casos da dengue mostra que grande parte das mortes registradas foi de crianças. Não é difícil percebermos que o segmento que mais sofre é o infantil, e os governos deixam a desejar, principalmente o municipal, com a falta de pediatras nos hospitais. Falta a especialidade no Lourenço Jorge (Zona Oeste), no Paulino Werneck (Zona Norte), no Rocha Maia (Zona Sul). Faltam pediatras nas maternidades. Agora se dizem que o vereador denuncia e eles não sabem, isso só atesta a incompetência. Eles são os gestores, os ordenadores de despesas e formuladores de políticas públicas, mas dizem que nada sabem (...). No início do meu mandato me acusaram de ser mentiroso, que eu inventava as situações, e que na verdade estava tudo bem. Aí fui obrigado a usar uma máquina fotográfica e documentar todas as denúncias e barbaridades que são encontradas em hospitais públicos e postos de saúde. Os poderes negam e as respostas da assessoria de imprensa dos órgãos é sempre a mesma, "desconhecemos, isso acontece porque atendemos a todo mundo e não é verdade". São as três formas mais freqüentes de tentarem se justificar. Eu então denuncio ao Ministério Público com fatos, provas e circunstâncias. Estão lá, todos os relatórios documentados, fotografados e filmados dando publicidade à questão da saúde pública no Rio, que é gravíssima. Os médicos da rede pública são verdadeiros heróis. Não digo isso no sentido de defender a classe por eu também ser médico. Ano passado nós denunciamos hospitais nos quais, por falta de recursos e aparelhagens adequadas, os médicos tinham que abrir cabeças com furadeiras artesanais. Nós encontramos em maternidades municipais, bebês e mães que saiam diretamente da sala de parto para o corredor, sem privacidade nenhuma, expostos a produtos de limpeza e a qualquer tipo de acidentes, enquanto que na mesma hora, em outra maternidade também de gerência municipal, haviam dezenas de leitos vagos. Isso é falta de dinheiro? É falta de gestão. Não existe uma central regulatória de vagas, exames e consultas. Precisamos saber onde, quantos e em quais especialidades são os leitos vagos. Os médicos são obrigados a entubar pacientes para levar oxigênio aos seus pulmões em fio-guia enferrujado. Nós vimos colares cervicais improvisados com papelão. Vimos médicos fotografarem a tela do tomógrafo para poderem lembrar do exame no centro cirúrgico porque não havia impressão. Observamos radiologistas serem obrigados a darem laudos verbais ou escritos para as gestantes mas sem as provas das fotografias, pois o ultrassom não as emitia. Vimos grávidas gerarem seus filhos em escadas porque os elevadores que as levariam até as maternidades estavam quebrados há meses. Pacientes internados no chão, gestantes comendo salsicha como única fonte de proteínas no Hospital Maternidade Alexandre Fleming (Zona Norte). Além disso, constatamos mulheres grávidas tendo trabalho de parto sentadas em cadeiras por falta de leitos, fora a presença de baratas, moscas, lixo espalhado no corredor. Enfim, só barbaridades. O limite se dá a partir do momento que nós não somos executores, não temos a caneta na mão. Cabe à Comissão de Saúde a fiscalização, e nisso nos destacamos no Brasil inteiro. Não existe comissão de nenhuma Casa de leis que tenha fiscalizado tanto quanto nós nos últimos três anos. Fizemos centenas de diligências e denúncias, e permanecemos nessa guerra buscando minimizar o sofrimento da população nos hospitais. Depois de uma denúncia, sempre melhora um pouquinho. Parece que eles são movidos por denúncia. Mas percebemos que, muitas vezes, passa um tempo, e volta tudo à estaca zero. Mas não vamos desanimar. Estamos "enxugando gelo", porém firmes, diariamente, colocando o mandato, e eu especificamente, a minha medicina à disposição do cidadão. Não. Entretanto, estamos abertos para, caso a comissão da Alerj queira, trabalhar em parceria. Ajuda é sempre bom, e nós não deixaríamos de aceitá-la. Mas, na verdade, estamos, desde o início do mandato, muito sozinhos (...) é a briga de David contra Golias. Essa é a expressão que eu posso usar no momento. Auxílio todo mundo precisa, mas também se não vier, eu vou continuar.
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Hospitais das Forças Armadas começam a funcionar |
domingo, 10 de fevereiro de 2008
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
domingo, 13 de janeiro de 2008
PEDRO PORFÍRIO, EX-SECRETÁRIO DE PROMOÇÃO SOCIAL, É CANDIDATO A PREFEITO DO RIO DE JANEIRO
De: | Pedro Porfírio |
Para: | Edson Nogueira Paim |
Data: | 12/01/08 22:38 |
Assunto: | SOU PRÉ-CANDIDATO A PREFEITO DO RIO DE JANEIRO |
SOU PRÉ-CANDIDATO A PREFEITO DO RIO DE JANEIRO
Espero sua opinião. A Pré-convenção será no dia 8 de março
VOU DISPUTAR A LEGENDA DO PDT CONVENCIDO DE QUE SOU A MELHOR ALTERNATIVA PARA O PARTIDO E PARA A CIDADE QUE CONHEÇO DE PONTA A PONTA
"Todas as crianças deveriam ter direito à escola, mas para aprender devem estar bem nutridas. Sem a preparação do ser humano, não há desenvolvimento. A violência é fruto da falta de educação" Leonel Brizola (1922-2004)
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terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Réveillon de Copacabana reuniu 2 milhões de pessoas
Apesar de terem começado a explodir antes, os fogos duraram bem mais dos que os 16 minutos anunciados. Foram quase 22 minutos de uma explosão de cores e de elementos tridimensionais, como corações e cascatas. Quase no fim do show, os detonadores da balsa localizada em frente à Rua Figueiredo Magalhães pegaram fogo. Em menos de cinco minutos uma equipe do Corpo de Bombeiros, que estava na água, apagou as chamas e não houve feridos nem danos à embarcação.
Poucos fogos foram lançados desta balsa, depois do ocorrido. Desde o réveillon de 2002 os fogos de artifício são colocados , no mar, em balsas a 360 metros da areia. No ano anterior, 49 pessoas se queimaram e uma morreu num acidente com detonadores que ficavam na areia.
Outra novidade anunciada pelos organizadores - a de que uma pessoa no palco puxaria um pedido de bis dos fogos - também não funcionou. Ninguém ouviu pedido de bis, mas mesmo assim, na altura do Leme, nova queima de fogos levou a multidão a continuar comemorando a chegada do novo ano.
Na água, pelo menos oito transatlânticos traziam quase 30 mil pessoas para ver a festa, que foi embalada com muito funk depois do show pirotécnico.
Com o governador Sérgio Cabral (PMDB)em Mangaratiba (Litoral Sul Fluminense), coube ao vice-presidente da República, José Alencar, o papel de principal autoridade na festa de Copacabana. Alencar chegou por volta das 22h30 ao Forte de Copacabana e seguiu para uma festa reservada, de onde viu os fogos.
Em Ipanema, praia vizinha, a música eletrônica embalou o Réveillon de 40 mil pessoas, muitas que já estavam na praia desde a tarde do dia 31. Eles acompanharam e aplaudiram o último pôr-do-sol do ano. Principalmente formada pelo público jovem, a platéia dançou na areia ao som de 20 DJs que se revezaram no palco montado no posto 9.
Lixo
A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), informou ontem ter recolhido 684,34 toneladas de lixo e detritos nas praias cariocas após a noite do Réveillon. De acordo com a companhia, esse total é 38% superior ao registrado no ano passado. A maior parte do lixo foi recolhido em Copacabana (264,93 toneladas). A Guarda Municipal registrou 1.324 infrações de trânsito, a maior parte delas por estacionamento irregular. Ao todo, 46 crianças se perderam de seus parentes.
Talita Figueiredo
http://noticias.uol.com.br/ultnot/2008/01/01/ult4469u16471.jhtm